O dólar opera em queda nesta quarta-feira (3), com o mercado ainda cauteloso com as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Banco Central do Brasil (BC), mas com sinais mais positivos de controle da inflação nos Estados Unidos animando os mercados.
Por aqui, investidores monitoravam as reuniões que acontecem ao longo desta quarta-feira entre Lula, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a equipe econômica do governo. Oficialmente, o governo diz somente que a reunião de Lula e Haddad tratará do “tema fiscal”, mas o mercado acredita que medidas para tentar conter o avanço do dólar também foram discutidas. (veja mais abaixo)
A moeda americana vive semanas de disparada e, ontem, encerrou o dia cotada a R$ 5,66, depois de bater os R$ 5,70 durante a tarde. Esse é o maior patamar em dois anos e meio e reflete, sobretudo, a cautela do mercado com as recentes críticas de Lula ao BC e seu presidente, Roberto Campos Neto.
- ENTENDA: Juros nos EUA, cenário fiscal e declarações de Lula: veja a cronologia da disparada do dólar
Na terça-feira (2), Lula disse que há um “jogo de interesse especulativo” contra o real e que o governo avalia medidas. O presidente diz que a reação de alta da moeda americana após as críticas feitas por ele ao Banco Central e ao seu presidente, Roberto Campos Neto, “não têm explicação”.
Isso levou à terceira alta seguida do dólar. Em 27 de junho, custava R$ 5,5079. De lá até o último pregão, nesta terça, a moeda já avançou 16 centavos.
No exterior, ontem, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) disse que a inflação nos Estados Unidos deve voltar à meta de 2% ao ano até 2025. Hoje, o Fed divulga a ata de sua última reunião, que pode trazer mais sinais sobre o futuro dos juros no país.
Fonte: G1